Rio Mearim: Características, Divisões e Impactos Ambientais

Vista aérea de Arari, banhada pelo Mearim

1. Introdução

O Rio Mearim é um dos mais importantes cursos d'água do estado do Maranhão, exercendo um papel fundamental no ecossistema e na vida das populações ribeirinhas. Apresenta uma extensão de aproximadamente 930 km, atravessando diversas regiões do estado até desaguar na Baía de São Marcos, no Golfão Maranhense. Alguns importantes rio são afluentes do Mearim, Rio Corda, Rio Flores, Rio Grajaú, Rio Enjeitado e Rio Pindaré.

2. Nascente e Curso do Rio Mearim

O Rio Mearim tem sua nascente localizada na Serra da Menina, no município de Formosa da Serra Negra, a uma altitude de aproximadamente 450 metros. Seu curso é dividido em três trechos principais:

• Alto Mearim: Vai da nascente até a confluência com o Rio Corda, no município de Barra do Corda.

• Médio Mearim: Estende-se da confluência com o Rio Corda até a região conhecida como Seco das Mulatas, no município de Bacabal.

• Baixo Mearim: Vai de Seco das Mulatas até a foz na Baía de São Marcos, onde o rio desagua no Oceano Atlântico.

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3. Fenômeno da Pororoca

No baixo curso do Mearim, ocorre o fenômeno da pororoca, caracterizado pelo encontro das águas do rio com as marés oceânicas. As ondas resultantes desse fenômeno podem atingir até 5 metros de altura, especialmente durante as fases de lua nova e lua cheia. Esse fenômeno impacta significativamente a dinâmica fluvial e os ecossistemas adjacentes.

4. Municípios Banhados pelo Rio Mearim

Diversos municípios maranhenses são atravessados pelo Rio Mearim, incluindo:

• Barra do Corda

• Esperantinópolis

• Pedreiras

• Bacabal

• São Luís Gonzaga

• Vitória do Mearim

• Arari

Essas cidades dependem diretamente do rio para abastecimento de água, agricultura, pesca e outras atividades econômicas.

5. Importância Ecológica

No baixo curso do Mearim, inicia-se a maior área de mangue contínua do Brasil. Os manguezais desempenham um papel essencial na manutenção da biodiversidade, na proteção contra a erosão costeira e na absorção de carbono atmosférico. Além disso, a presença de meandros naturais no rio reduz a salinização da água doce, protegendo os ecossistemas aquáticos e as populações humanas que dependem do rio.

6. Problemas Ambientais

O Rio Mearim enfrenta diversos problemas ambientais, entre os quais se destacam:

• Assoreamento: O acúmulo de sedimentos no leito do rio compromete seu fluxo natural, aumentando o risco de inundações e dificultando a navegação.

• Redução da Mata Ciliar: O desmatamento nas margens do rio compromete a estabilidade do solo e reduz a capacidade de filtragem da água, aumentando a poluição.

• Acúmulo de Resíduos Sólidos: O descarte inadequado de lixo, sobretudo nas áreas urbanas, contribui para a degradação da qualidade da água.

• Poluição por Dejetos Urbanos: A ausência de tratamento adequado de esgoto resulta no despejo direto de resíduos orgânicos no rio.

• Salinização das águas: No baixo Mearim, a influência das marés tem aumentado, favorecendo a invasão de água salgada rio adentro, o que pode comprometer o abastecimento de cidades como Arari e Vitória do Mearim.

• Extinção de Espécies de Peixes: A degradação ambiental impacta diretamente a biodiversidade aquática, reduzindo a disponibilidade de pescado para a população.

• Erosão Contínua das Margens: A falta de vegetação protetora e a pressão das marés intensificam o processo erosivo, alterando o curso do rio.

• Proliferação do Mururu: O crescimento excessivo dessa planta aquática é um problema recorrente, especialmente no médio e baixo curso, dificultando a navegação e afetando a fauna aquática.

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7. Impactos do Rompimento de Meandros

O assoreamento e a erosão têm levado ao rompimento de meandros, reduzindo a extensão do curso fluvial e aumentando a vulnerabilidade do rio à invasão do mar. Esse fenômeno pode comprometer significativamente a qualidade da água e o abastecimento de populações dependentes do Rio Mearim.

8. Considerações Finais

A preservação do Rio Mearim é fundamental para a manutenção dos ecossistemas maranhenses e para a segurança hídrica das comunidades que dele dependem. Medidas urgentes de conservação, como reflorestamento das margens, controle da poluição e gestão sustentável dos recursos hídricos, são essenciais para garantir a sustentabilidade desse importante curso d'água.